Graça e paz da parte de Deus sejam
com todos nós.
O homem tem em seu eu anímico, o
apego por coisas, bens, pessoas, costumes e hábitos. Esse amor pelas coisas que
satisfazem a alma nos faz perder a graça de ver a vontade de Deus cumprida em
nós. Por que todo esse apego a coisas é para satisfazer o ego do homem. Se
aplicamos o nosso tempo para satisfazermos nossos egos quando teremos tempo
para satisfazer a Deus? Digo porem que só satisfaz a Deus aquele que permitir que
Deus entre e viva nele. Porque em muitos Deus pelo Seu Espírito entrou, mas em
muitos Deus não habita pelo Seu Espírito. Porque permitimos que Ele entre, mas
não deixamos Ele operar em nós. Ele operará em nós se tornarmos verdade a obra
da cruz de Cristo Jesus em nossa vida. Qual essa obra? A de morte. A nossa
morte com Cristo Jesus. Pela qual nos é permitido levar tanto o pecado, a carne
e o eu apegado a coisas da terra para a morte. Para que o novo homem viva
dentro de nós é necessário que o velho homem que é cheio de toda imundície e
perversidade morra para que o novo homem pelo Espírito Santo viva. Como está
escrito: morremos com Cristo Jesus na cruz e com Ele também fomos ressuscitados.
Temos que exercitar isto, e tornar
isto uma verdade. Porque não vivemos mais segundo a carne, mas segundo o Espírito
de Deus. “Porque andando na carne não militamos segundo a carne” (2Coríntios.
10: 3). Só é possível não militar na carne se ela estiver morta, não morta no
sentido de óbito, mas morta no sentido de não ter acção sobre nós, mas ela
continua viva e a qualquer vacilo ela pode voltar e reinar sobre nós novamente.
Então, o acto e a convicção da morte da carne na cruz é um exercício constante.
Não descansemos quanto a isto, porquanto está escrito: Resisti ao diabo e ele
fugirá de vós. Todo o crente cristão deve ter este assunto bem claro e
aplica-lo. A sua morte para o pecado deve ser uma realidade. Cristo morreu por
nós, por nossos pecados, para redenção e nós morremos com Ele para nova vida.
Quão boa e paciente é a graça de
Deus! Ora, o apego as coisas terrenas nos faz olhar para trás. A mulher de Ló
olhou para trás e foi transformada em estátua de sal. “E a mulher de Ló
olhou para trás e ficou convertida em estátua de sal” (Génesis. 19: 26).
Porque a mulher de Ló olhou para trás, se a ordem era para não olhar? (Génesis.
19: 17). Decerto que não foi por curiosidade, mas pela riqueza que deixara em Sodoma,
ela amou tanto as suas coisas de forma que desobedeceu o que lhe havia sido instruído.
Pela graça, as pessoas que olham para trás não são transformadas em estátuas de
sal, literalmente. A mulher de Ló tinha desvantagem de não poder ter mais as
coisas que tanto amara até ao ponto de olhar para trás. Mesmo se ela tivesse
conseguido voltar a Sodoma, nada poderia tirar de lá, visto que a cidade estava
sendo destruída.
Melhor para o homem é aceitar e
cumprir, do que aceitar e depois olhar para trás. Se ela tivesse ficado na
cidade, amando seus bens decerto que não teria sido transformada em estátua de
sal, mas teria perecido como os demais, no seu desvario e teria poupado
trabalho. Assim também, se aceitamos a santa convocação divina por Jesus Cristo
nosso Senhor e Salvador, então, sejamos fiéis e não olhemos para trás, sobre o
risco de nos transformarmos em estátuas de sal, estátuas espirituais de sal.
Sem acção nenhuma, moribundos quanto ao conhecimento de Deus, confusos e
causadores de confusão. Se Deus nos tem tirado de um sítio (situação, vida
mudada), não ousemos olhar para trás. Porque, a partir do momento que aceitamos
a Jesus Cristo como Senhor e Salvador e tomamos por compromisso ser filhos de
Deus pela adopção, então negamos todas as coisas, inclusive a nós mesmos por
aceitar a Jesus Cristo nosso Senhor. Aceitamos a Jesus Cristo e negamos tudo o
resto.
Se negamos tudo mais por Jesus
Cristo nosso Senhor e Salvador, então, não temos mais motivo para olhar para
trás. O que poderá haver no nosso passado, que seja mais precioso que o reino
dos céus? Nada. Nossa fé, a convicção de que o velho homem morreu na cruz com
Jesus Cristo e que agora vive o novo homem é o começo para o conhecimento de
Deus e dos Seus mistérios. Só a partir desta atitude é que podemos conseguir
cultivar as virtudes descritas na segunda epístola universal do Apostolo Pedro,
no capítulo 1, versículos 5 a 8 e o fruto do Espírito Santo, segundo a carta
aos Gálatas, capitulo 5, versículo 22.
Porque a atitude de olhar para
trás, soa como uma espécie de rejeição ao reino dos céus por amor a vida que
por um momento deixamos, nos fazendo obedientes a Deus. Então, o preço dessa rejeição
contra o reino dos céus, seguramente é morte. “De quanto maior castigo
cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver
por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao
Espírito da graça?” (Hebreus. 10: 29). Pois que isto que está descrito aqui
é o que faz aquele que olha para trás. Por muitas vezes o povo de Israel olhou
para trás quando caminhava no deserto em direcção a terra prometida. Nem
precisamos relembrar o tamanho dos castigos que tiveram por conta disso. “Horrenda
coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hebreus. 10: 31). Tal como a esposa de
Ló caiu nas mãos do Deus vivo, por sua atitude de olhar para trás, todo aquele
que proceder assim também cairá nas mãos do Senhor nosso Deus. Haja
misericórdia! Porque todo aquele que olha para trás, ofende o Senhor nosso Deus.
Por isso, tal que procede assim,
que olha para trás não terá parte com Deus: “E Jesus lhe disse: Ninguém que
lança mão é apto para o reino de Deus.” (Lucas. 9: 62). Quer dizer; começar
uma coisa e depois deixar no meio. Então, amemos ao Senhor nosso Deus acima de
tudo, e amemos o nosso próximo como a nós mesmos, para nunca olharmos para
trás. Porque uma vez em Cristo novas criaturas somos e todas as coisas
passaram, eis que tudo se fez novo. Segundo as Escrituras.
Deus abençoe.
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