O crente anímico anda numa miscelânea
de sentimentos e muda de estado constantemente; ora está angustiado, ora
sente-se no gozo do Senhor, ora sente-se vazio, ora sente-se cheio do Espírito
Santo. É inconstante, não é consistente. O crente anímico jamais sente o gozo
do reino dos céus na vida terrena, pois está entrando e saindo dele. O crente anímico
anda nessa miscelânea de sentimentos e estados com relação a si mesmo por causa
da satisfação de seus desejos. Quando digo satisfação dos seus desejos, não me
refiro a desejos carnais que são contrários a concepção de Deus. Refiro-me a
aqueles que sendo ou estando dentro dos parâmetros de Deus, ele coloca-os a
Deus para que obtenha satisfação, e não obtém. O crente anímico vive em volta
das coisas que ele vê ou que deseja. Sendo assim ele esquece de que não é o único
que tem um plano em mente, que existe alguém maior que ele que tem um plano
para sua vida.
Então, quando os planos ou ideias
ou projectos do crente são recusados da parte de Deus ele fica frustrado e não aceita
que tais coisas lhes sejam negadas pelo Senhor Deus, enquanto tais coisas não ferem
a lei do Senhor. Ora o Senhor Jesus Cristo disse: “Se alguém vier a mim, e não
aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também
a sua própria vida, não pode ser meu
discípulo.” (Lucas. 14: 26). O crente anímico aceita aborrecer a seu pai, a
mãe, a mulher, a filhos, a irmãos e irmãs para seguir o Senhor Jesus Cristo. Mas,
fica um aspecto fundamental por fazer; aceitar aborrecer a sua própria vida, não
lhes dando satisfação. O a aborrecer a própria vida consiste em admitir e viver
que não tem vida própria. O crente espiritual não ama a sua vida terrena a
ponto de sofrer quando não pode satisfazer os desejos da sua vida terrena,
antes está morto para essa vida. Aborrecer a própria vida, significa morrer
para si mesmo, e viver em completo domínio do Espírito Santo, então, não terá
mais o crente desejos da sua própria vida a satisfazer, antes terá desejos da
vida do Senhor em si para satisfazer. Pelo que agora Cristo vive em mim.
Fazendo plenamente a vontade de
Deus, na sua vida e aí Deus não terá que impor como que por força a sua vontade
sobre o crente, porque Deus ama os seus. O facto de ser anímico e andar nessas tribulações
não quer dizer que esse crente não entrará no céu, ele entrará no céu, só que a
sua vida aqui na terra será uma vida muito penosa por não aceitar que ele já não
tem vida, nem vontade própria. A sua vida é a vida de Deus, e a sua vontade é a
vontade de Deus. Se o crente assumir isto, então, viverá o gozo do Senhor ainda
aqui na terra. Verdadeiramente descansará no Senhor e não terá preocupações que
se referem a satisfação da própria vida, mas o seu maior objectivo será o de
satisfazer a Deus. O crente espiritual não centra a sua vida no emprego, ou na
esposa, ou no esposo, ou em filhos, ou em outras coisas mais, mas centra-a no
Senhor. Porque está escrito: amarás o
Senhor teu Deus acima de todas as coisas. Então, o crente espiritual guiado
pelo Espírito Santo amará o Senhor seu Deus acima de tudo.
O crente anímico também é dirigido
pelo Espírito Santo, mas, o Espírito Santo não tem muita margem de manobra,
porque este crente está preocupado em satisfazer a sua alma, e não o Espírito
que habita em si. O crente anímico está a todo momento sobre a correcção de
Deus em dura disciplina, e muitas vezes não é aprovado nas suas tentações ou provações.
Para ser crente espiritual, o primeiro passo é aborrecer a própria vida, não viver
em função da própria vida para satisfaze-la. Este é um processo muito difícil,
dizem as Escrituras: não coloqueis sobre
os outros peso que não podeis suportar. Escrevo sobre isto, porque também passo
por isto, não que tenha superado o animismo, mas estou na luta para superar.
Deus abençoe.
Joel
Chicoge
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